Após nove anos do crime que chocou a região, o ex-pastor Edimar da Silva Brito foi condenado a 32 anos de prisão pelo Tribunal do Júri da Comarca de Vitória da Conquista, na Bahia. A sentença, definida em março de 2025, reconheceu a premeditação e a violência extrema nos assassinatos da pastora Marcilene Oliveira Sampaio e sua prima, Ana Cristina Santos Sampaio.
Entenda o caso
Os crimes ocorreram em 19 de janeiro de 2016 e foram motivados por uma disputa religiosa. Edimar, então líder de uma igreja, teria reagido violentamente após Marcilene decidir fundar seu próprio templo e levar consigo parte dos fiéis. Segundo as investigações, ele contou com o apoio de dois cúmplices, Adriano Silva dos Santos e Fábio de Jesus Santos, para executar o plano.
As vítimas foram interceptadas em uma estrada deserta na região de Barra do Choça. Enquanto Carlos Eduardo de Souza, marido de Marcilene, foi espancado e sequestrado — mas conseguiu escapar para denunciar o caso —, as duas mulheres foram brutalmente assassinadas com golpes de pedra na cabeça. A perícia revelou a crueldade do ato, que deixou os corpos irreconhecíveis.
Investigações e julgamento
A polícia identificou Edimar como o mandante do crime após a confissão dos cúmplices. Ele foi capturado em 26 de janeiro de 2016, após sete dias foragido, em uma fazenda em Ibicuí. Apesar de negar envolvimento, sua versão foi refutada pelas evidências.
Durante o julgamento, que durou mais de 10 horas, o Ministério Público destacou a premeditação e o desejo de vingança como motivações do crime. A juíza Ivana Pinto Luz enfatizou o planejamento detalhado, desde a escolha do local até a forma de execução. A pena, de 32 anos, corresponde a 16 anos para cada homicídio, com desconto do tempo já cumprido.
Defesa recorre
Representado pelo advogado Antonio Rosa dos Santos, Edimar afirma ser vítima de erro judiciário. A defesa apontou a ausência de Carlos Eduardo, principal testemunha, como um fator prejudicial ao julgamento e criticou falhas técnicas na exibição do depoimento gravado. Por isso, ingressou com um pedido de habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), buscando anular a decisão.
O caso aguarda a análise da Primeira Câmara Criminal do TJ-BA. Caso o habeas corpus seja aceito, o julgamento poderá ser revisado. Enquanto isso, o desfecho do processo segue indefinido.
0 Comentários